ANNA O E EMMY VON N
SINTOMAS EXPRESSOS NO CORPO

Freud viveu em Viena, trouxe um aprofundamento dos estudos dos fenômenos psíquicos de grandes bases, como: neurologia, medicina, psiquiatria, com a abertura para a contínua busca do sujeito e sua relação com seu próprio corpo, também buscando compreender as causas do adoecimento psíquico.

Seu primeiro trabalho em 1915, um longo artigo, intitulado “A história do movimento psicanalítico”, também conhecida a autobiografia de 1925, chamada “Um estudo autobiográfico”, formaram o início de grande evolução literária, onde Freud teve a missão de desvendar os diversos aspectos do comportamento humano, dentro de vários movimentos geopolíticos da época.

 No contexto da biologia, o corpo foi descrito nas suas dimensões: o corpo biológico é visto como forma de conceber o corpo, que não apenas altera a clássica estruturação da dualidade sujeito e objeto, como também desterritorializada as categorias pessoa e coisa.

Diante do corpo biológico, também identificamos dualidade na psicanálise freudiana, o corpo possui seus vários ângulos, várias terminologias, gerando um vasto material para contribuição dos estudos.

HISTERIA(dicionário Oxford) vem da palavra hystera (matriz, útero), Substantivo feminino: doença nervosa que, supostamente, se originava no útero, caracterizada por convulsões(…) PSICANÁLISE: neurose na qual as moções pulsionais sofrem esp. recalque e são inconscientemente traduzidas em sintomas corporais(…) PSIQUIATRIA: neurose que se exprime por manifestações de ordem corporal, sem que haja qualquer problema orgânico funcional, significado da palavra de origem feminina e estabelece uma relação bem particular com as visões do religioso, perseguições, onde as “mulheres” eram tratadas e ou perseguidas.

Hoje o diagnóstico é nomeado como transtorno dissociativo ou conversivo.(BELINTANI, Giovani ,2003)  Foi por meio dos atendimentos às histéricas, que Sigmund Freud, no final do século XIX, descobriu o inconsciente, elaborando um método de tratamento, a Psicanálise.

E desde a época de Freud que esse tratamento vem sendo utilizado em pacientes com o referido diagnóstico.( BELINTANI, Giovani, 2003) Nestes trechos podemos ver como Freud e o período que mais ocorreu profunda base teórica, criou o método de tratamento, psicanálise.

De acordo com as concepções religiosas da época: “O homem, dotado de uma alma imortal, seria sujeito a tentação pelo não cumprimento de seus deveres religiosos ou por não conduzir a sua vida dentro do espírito cristão” ((Ramadam, 1985, p.

( BELINTANI, 2003)) As epidemias histéricas do fim do século XIX contribuíram de tal maneira para o nascimento e difusão do freudismo que a própria noção de histeria desapareceu do campo da clínica.

Certos termos (histeria, inconsciente, sexualidade, sonho) acham-se tão ligados à gênese da doutrina psicanalítica que se tornaram termos freudianos.

E, se os Estudos sobre a histeria, publicados em 1895, são vistos como o livro inaugural da psicanálise, a histeria permanece como a doença principal, que possibilitou não apenas a existência de uma clínica freudiana, mas também o nascimento de um novo olhar sobre a feminilidade.

Aacrescentam duas outras formas freudianas de histeria: a histeria de defesa, que se exerce contra os afetos desprazerosos, e a histeria de retenção, onde os afetos não conseguem se exprimir pela ab-reação.

 No atual Manual de Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, a histeria é citada na categoria dos transtornos neuróticos, relacionados ao estresse e somatoformes, mais especificamente na subcategoria transtornos dissociativos (ou conversivos).

 Esse transtorno é caracterizado por uma perda parcial ou completa da integração normal entre as memórias do passado, consciência de identidade e sensações imediata, e controle dos movimentos corporais.

No caso típico de Anna O, que tem era “inteligente”, saúde dentro das normalidades em seu histórico de crescimento, era considerada comum/normal, gostava de poesias obstinada, porém extremista (tanto para a alegria, quanto para a tristeza), bondosa participava de vários projetos sociais, que desenvolvia sua parte generosa.

Ambos tentavam explicar o caso Anna,       Breuer e Freud:      Freud lidou principalmente com a histeria em mulheres e tentou fundamentar cientificamente sua intuição de que a causa da histeria era uma disfunção sexual psicologicamente determinada.

(Caso Anna O interpretado por Freud.) Breuer, com supervisão de Freud, estudava      a condição de Anna, seus estados eram apresentados com: alucinações (visão de cobras nos jardins, ponteiro de relógios se mexendo), perda da sua língua materna (alemão), se comunica somente em inglês, dores no corpo, estrabismo.

Freud em seu trabalho “Um caso de histeria”:       Se é verdade que as causas das perturbações histéricas devem ser encontradas nas intimidades da vida psicossexual dos pacientes, e que os sintomas histéricos são a expressão de seus desejos mais secretos e reprimidos, então a elucidação completa de um caso de histeria implica certamente a revelação dessas intimidades e a divulgação desses segredos.

● dores gástricas (surgidas após a morte do marido),     

● tiques nervosos,    

● gagueira,     

● tendência à repetição de frases (como “fique quieto” e “não me toque”),

● medo de ser tocada e de estar com outras pessoas (por ter sido perseguida em situações da vida),

● medo de camundongos e de circo,

● mudanças de humor (o que hoje alguns diriam “bipolaridade”),     

● entre outros.

caráter brando de seus delírios e alucinações (enquanto suas outras atividades mentais permaneciam intactas), a modificação de sua personalidade e de seu acervo de lembranças quando se encontrava num estado de sonambulismo artificial, a anestesia em sua perna dolorida, certos dados revelados em sua anamnese, sua nevralgia ovariana, etc.

As duas últimas classes de perturbação psíquica são consideradas pela escola francesa de psiquiatria como estigmas da degenerescência neurótica, mas em nosso caso verifica-se que foram suficientemente determinadas por experiências traumáticas.

Dentro do exposto FREUD (1893-1895) separa a análise da Sra Emmy em 2 pontos (1) Os afetos aflitivos vinculados a suas experiências traumáticas tinham ficado indecompostos – por exemplo, sua depressão, sua dor (pela morte do marido), seu ressentimento (por ser perseguida pelos parentes dele), sua repulsa (pelas refeições compulsórias), seu medo (das numerosas experiências assustadoras), e assim por diante.

(2) Sua memória exibia uma intensa atividade, que, ora espontaneamente, ora em reação a um estímulo contemporâneo (por exemplo, as notícias da revolução em São trazia seus traumas e os afetos concomitantes, pouco a pouco, até sua consciência atual.

Minha conduta terapêutica baseou-se nessa atividade de sua memória, e esforcei-me todos os dias para resolver e livrar-me de tudo o que cada dia trazia à tona, até que o acervo acessível de suas lembranças patológicas pareceu estar esgotado.

corpo pode ser apresentado nas questões somáticas desta paciente conforme relatado no estudo…(FREUD, 1893-1895) nos músculos, tendões ou feixes, que causam muito mais dor nos neuróticos do que nas pessoas normais…

As expressões do corpo de Emmy, com dedos separados, mãos retorcidas, enquanto revivia as cenas e ou experiências, estalar a língua e gaguejar, eram outras formas de grande exteriorização das suas emoções.

Referências Bibliográficas

BELINTANI, Giovani. Histeria. PSIC – Revista de Psicologia da Vetor Editora, Vol. 4, nº.2, 2003, pp. 56-69

FONSECA… disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=21ebe39bb45d76e5#:~:text=O%20corpo%20biol%C3%B3gico%20%C3%A9%20visto,as%20categorias%20pessoa%20e%20coisa. Acesso em 23 abril de 2022

FREUD, Sigmund. O Ego e os Mecanismos de Defesa. tradução Francisco Settineri, Porto Alegre: Artmed, 2006.

Freud, Sigmund. Estudos Sobre Histeria. Volume Tradução II. (1893-1895)

HISTERIA, Definições de Oxford. Disponível em:  https://www.google.com/search?q=histeria+significado&oq=histeria+&aqs=chrome.3.69i57j0i131i433i512j0i512j0i433i512j46i512j0i512l5.4075j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8. Acesso em 23 abril de 2022

Roudnesco, Elisabeth; Michael Plon. Dicionário de Psicanálise, Ed Zahar. 1998

Caso Anna O interpretado por Freud.https://www.psicanaliseclinica.com/caso-anna-o/ Acesso em 23 abril de 2022

Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica. Caso Emmy Von N analisado por Freud https://www.psicanaliseclinica.com/emmy-von-n/#:~:text=Emmy%20Von%20N%20foi%20a,dos%20estudos%20da%20psique%20humana. Acesso em 23 abril de 2022

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